O BRICS tem desempenhado um papel central no debate geopolítico e econômico, particularmente com a adição de seis novos países ao seu grupo. Inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o BRICS tem como seu principal objetivo promover a cooperação econômica e política entre seus membros, abordando questões como comércio, desenvolvimento, segurança global e reforma das instituições financeiras internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.
Com a inclusão desses novos países, o bloco se fortalece e tem alcançado resultados notáveis na economia global. Isso tem criado uma pressão econômica sobre os grupos ocidentais do Norte, como os Estados Unidos (USMCA) e a União Europeia.
Neste artigo, exploraremos como a expansão do BRICS impulsiona o comércio e a economia entre esses países.
Os novos membros do BRICS
Seis novos países se juntaram ao grupo BRICS recentemente, incluindo Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Argentina, Etiópia e Irã. A inclusão desses territórios traz uma série de benefícios internos para a movimentação econômica entre os membros do grupo. Essas regiões são ricas em recursos minerais e estão experimentando um rápido crescimento tecnológico e industrial, o que confere a elas um poderio econômico que desafia a dominância europeia e norte-americana, abrindo novas possibilidades de crescimento comercial para países anteriormente considerados subdesenvolvidos.
É esperado que, em alguns anos, países como China e Índia, que já fazem parte do BRICS, se tornem os principais centros comerciais do mundo, reduzindo o poder econômico dos Estados Unidos, que atualmente é a principal potência econômica mundial.
O crescimento do bloco asiático já é uma realidade. Em 2022, o leste da Ásia, com China, Japão, Índia, Coreia do Sul e Taiwan, tornou-se o maior bloco econômico do mundo, superando os Estados Unidos e a zona do Euro.
Para o Brasil, essa mudança é particularmente bem-vinda, visto que a China se tornou o principal parceiro comercial do nosso país. A chegada dos novos países também traz benefícios para o Brasil, especialmente no caso dos países árabes e na reexportação de alguns produtos.
Os benefícios comerciais da expansão do BRICS
A inclusão dos novos países no BRICS traz uma série de benefícios comerciais para os países fundadores, incluindo o Brasil. Alguns dos principais benefícios incluem:
1. Maior Mercado e Consumo: A adição de países como Argentina e Etiópia expandirá o mercado do BRICS, criando oportunidades para empresas dos países originais em setores como agricultura, tecnologia e manufatura.
2. Diversificação de Fontes de Recursos: A entrada do Irã, um importante produtor de petróleo e gás, pode ajudar a diversificar as fontes de energia do BRICS, reduzindo sua dependência de outros fornecedores globais e melhorando a segurança energética.
3. Acesso a Recursos Naturais: A Etiópia, por exemplo, possui recursos naturais que podem ser de interesse para os outros membros do BRICS, facilitando o comércio e a cooperação em setores relacionados.
4. Cooperação em Infraestrutura: A inclusão de novos membros pode impulsionar a cooperação em projetos de infraestrutura, como estradas, ferrovias e portos, criando corredores de comércio mais eficientes e aumentando o comércio dentro do BRICS.
5. Estabilidade Financeira: A entrada de novos membros pode fortalecer a capacidade do BRICS de lidar com crises financeiras globais, através de mecanismos como o Contingent Reserve Arrangement (CRA), que é uma espécie de “fundo de emergência” do BRICS.
No entanto, é importante observar que a expansão do BRICS também apresenta desafios, como a necessidade de harmonizar interesses divergentes e acomodar diferentes agendas nacionais. Além disso, as dinâmicas políticas e econômicas internas de cada país podem influenciar significativamente o sucesso dessa expansão.
O crescimento do BRICS em números
Os números que acompanham o crescimento do BRICS são impressionantes. Com a adição dos novos países, o BRICS em breve terá uma população de 3,727,938,000 habitantes, representando 46% da população mundial. Isso o coloca como uma potência econômica que abriga a maior parte da população global, juntamente com uma abundância de recursos.
Outro ponto importante é que o BRICS representa atualmente 32,1% do PIB global, superando o G7, que representa 29,9% do PIB global. Além disso, entre os 10 países mais ricos do mundo, três são membros do BRICS: China, Índia e Brasil, respectivamente.
A importância comercial para países emergentes
Welber Barral, sócio fundador da BMJ Consultores Associados e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, destaca a importância do BRICS para os países emergentes, afirmando que os BRICS são uma tentativa de dar uma voz às principais potências do sul global, permitindo que elas não fiquem à margem dos países desenvolvidos.
Com base nas tendências e dados apresentados, os países do BRICS estão em uma posição favorável. Seu impacto comercial é notável, apesar de ainda sofrerem influência de países do Norte, como os Estados Unidos e a União Europeia. Os próximos anos serão cruciais para o estabelecimento comercial e econômico dos países pertencentes ao bloco, influenciando seu futuro no mercado mundial.